Praticamente todo mundo usa gíria. O fenômeno da linguagem se popularizou depois da década de 60, quando comunicadores mais rebeldes resolveram contestar a língua tradicional e começaram a soltar verbetes considerados ousados. Originária de grupos, a gíria é uma palavra comum que substitui termos oficiais. Normalmente é um vocábulo regional, espalhado com facilidade pelas redes sociais, novelas, programas populares de grande audiência da tv e até telejornais (entrevistados).
Preferida pelos adolescentes, a gíria é usada por pessoas de qualquer idade, independente da profissão e pode revelar preconceito, sentimentos de frustração, felicidade, concordância e discordância com a situação econômica ou política do país ou ainda expressar a realidade de quem fala. Existem categorias de gírias, como as relacionadas ao crime, homoafetivas e esportes (skate, futebol, automobilismo, surfe, academias de ginástica), além de outras.
Na linguagem culta, gíria é considerada plebeísmo, ou seja, desvio que caracteriza falta de instrução.
Como o tipo de linguagem está relacionado à imagem que se deseja transmitir, é importante avaliar se o ambiente é propício para usar a informalidade exagerada que a gíria propõe para que o uso indiscriminado não acarrete em perda da credibilidade. Principalmente para quem é líder, fala em público ou é formador de opinião, é recomendável perceber o grupo antes de se aventurar falando gírias que podem não colaborar com a sua imagem pessoal e profissional.
Confira as 5 gírias da moda e que podem não ser muito aceitas no mundo corporativo, por exemplo:
- Tipo assim
De todas, é a gíria que mais ‘rouba’ substantivos. Inserida em todo lugar, ‘tipo assim’ é a substituição para quase tudo. Mesmo quando o comunicador conhece a palavra que deseja usar, escolhe a gíria para ilustrar a fala. O uso indiscriminado tende a convencer que o orador não conhece a própria língua. - Mano
Sinônimo de irmão, ‘mano’ é um verbete que promove aproximação, sem muitas vezes haver permissão pra isso. Mais usada no estado de São Paulo, a gíria é usual para demonstrar confiança no outro. - Véio
Não tem relação com a idade do interlocutor. ‘Véio’ é outra palavra que denota intimidade e é inserida no lugar do nome da pessoa com quem fala. Não há nada mais valioso do que o nome da gente. Trocar o nome por ‘véio’ é no mínimo, um desrespeito. - Puta
Já atendi diversos executivos que buscaram o Coaching de Comunicação para se comunicar melhor e vários diziam ‘puta’ para expressar indignação e surpresa. Advertidos sobre a palavra de baixo calão e que poderia comprometer a imagem profissional, todos disseram que não percebiam o que falavam. ‘Puta’ pode ter a intenção de descrever algo grande, de alto impacto e tranquilamente é substituída por: grande, muito, impecável, enorme, etc. - Deu ruim
Na intenção de confessar que algo deu errado, o orador diz ‘deu ruim’. E pode também dizer ‘deu bom’ para o contrário. A formação incorreta da frase mostra falta de habilidade no uso do português.
Dá para perceber que a gíria tem substituto. Portanto, se deseja transmitir uma imagem pessoal de qualidade, priorize as palavras que podem impactar positivamente.