Muitos são os exemplos de políticos que reagem energicamente às perguntas de jornalistas ou na relação com o eleitor. A falta de habilidade para administrar o emocional pode comprometer a imagem, especialmente se a opção for a comunicação agressiva.
Se você acha que a comunicação violenta pode construir relações ou sustentar a boa imagem de alguém, leia esse texto até o final para entender de que forma podemos utilizar a comunicação pessoal para MANIFESTAR, NEGOCIAR e ENCANTAR.
Pra ilustrar esse artigo eu vou compartilhar com você uma conversa que tive com um deputado federal interessado em conhecer o meu programa de Media Training. Quando perguntei por que gostaria de passar pelo treinamento, ele respondeu efusivamente: ‘comigo é assim: bateu, levou!’. O homem ficou até vermelho quando me contou histórias de discussões que teve com jornalistas do estado onde mora e também confessou que a mulher já ameaçou se separar algumas vezes, sem contar os três infartos que ele já sofrera. Infelizmente, no caso dele, nem isso foi capaz de motivar para a mudança da forma de ser que pode refletir na maneira de se comunicar. E ele continua praticando a agressividade sem medida.
Só mesmo conhecendo os benefícios de uma possibilidade de transformação para decidir pelo autoconhecimento. Alguém que não se conhece o suficiente, não consegue evitar uma explosão num momento de grande visibilidade. Por isso, é urgente um trabalho de investigação interna para atingir resultados positivos também na área da comunicação pessoal.
3 razões para se comunicar melhor
Antes de detalhar as 3 razões, é importante justificar por que entendo que se comunicar melhor significa deixar de lado a agressividade. Investir na comunicação de qualidade, que acrescenta valor à imagem e saúde às relações é a opção de quem se interessa pela manutenção dos relacionamentos, se preocupa com a própria reputação, se respeita e respeita o outro. Quem faz questão de ser agressivo com as palavras, conteúdo e gestos talvez não perceba, mas afasta as pessoas ou mantêm perto só as que se submetem ao assédio moral e têm medo de decidir pela ruptura do relacionamento.
Quando a comunicação é não-violenta, é possível usar os melhores recursos pessoais para:
MANIFESTAR
A manifestação de ideias por parte de pessoas que constroem o caminho da comunicação não-violenta é bem recebida em qualquer lugar. É um prazer ouvir ideias e participar de debates em que se discutem pensamentos e não a posição das pessoas, como se fosse uma competição de quem está certo e quem está do lado errado. A naturalidade da expressividade verbal e não-verbal de quem opta pela comunicação saudável fica evidente. A movimentação corporal é leve e segura. Quem está confiante e não tem a pretensão de atacar para ser aceito não tem medo do embate e sabe lidar com o emocional sem agredir.
NEGOCIAR
Quem dirige bem o emocional, tem mais condições de interagir, driblar situações controversas e oferecer soluções para chegar a um ponto equilibrado numa conversa. Quem opta pela comunicação violenta, normalmente agride porque não constrói nem sustenta argumentos consistentes e convincentes. O perfil do comunicador violento é o de quem ataca para se defender e não respeita o outro, só valoriza seu próprio ego que não pode ser ferido, como o de uma criança que ainda não amadureceu.
ENCANTAR
O resultado disso só pode ser o encantamento, a atração, a conquista. Os benefícios da comunicação que não agride vão desde o interesse das pessoas pela mensagem de quem respeita o interlocutor, até a ‘compra’ da ideia. Em toda mensagem que transmitimos queremos, de alguma forma, vender o que pensamos e verbalizamos, queremos a adesão do outro. A vibração de quem se comunica de forma saudável atrai gente com o mesmo nível de energia e o contrário também é verdadeiro.
Como comunicamos o que somos, é importante repensar quem somos e aproveitar as oportunidades diárias para ajustes necessários.
Virtudes que podem fazer a diferença na sua forma de se comunicar
Além da consciência e desejo de transformação, uma das iniciativas mais pontuais para mudar o cenário é a prática de virtudes. A persistência (essa já é uma virtude) ao praticar a paciência, a humildade, a generosidade e a empatia pode fazer verdadeiras transformações na vida de alguém. Só que não adianta fazer isso de vez em quando; o comunicador dedicado consegue resultados positivos que são assimilados de forma consistente e perene.
Para reforçar a importância da Comunicação para políticos, veja o recado que eu gravei: