Para esclarecer o que é o Media Training eu preparei uma lista de perguntas e respostas. Com base na experiência como treinadora há 18 anos e jornalista há 30, posso ajudá-lo a compreender o que é e o que, definitivamente, não é Media Training.

QUAL É O SIGNIFICADO DE MEDIA TRAINING?

Treinamento de mídia é o significado mais direto desse nome em inglês que também é usado da forma original nos países de língua lusófona (países e comunidades que compartilham a língua e a cultura portuguesa). Mas, também pode ser entendido por ‘treinamento para porta-vozes’ ou ‘treinamento para lidar com a imprensa’. Media (diga: mídia), em inglês, quer dizer ‘meios de comunicação’.

Vejo muita gente escrever Mídia Training, termo incorreto, porque mistura o português ‘mídia’ com o inglês ‘training’. Portanto, escreva Media Training ou Treinamento de Mídia.

QUEM DEVE PARTICIPAR DE UM MEDIA TRAINING?

Profissionais que representam uma marca devem se submeter a um Media Training para entender as características da mídia (imprensa). Outro aprendizado é sobre como se relacionar com os jornalistas para tirar proveito do espaço gratuito que é concedido pelos veículos de comunicação. Os participantes, chamados de porta-vozes, normalmente ocupam cargo de direção (liderança) e são orientados a divulgar assuntos que são de interesse da marca.

Entenda quem são esses profissionais na área pública e no mundo corporativo:

Área pública, que compreende empresas públicas ou sociedades de economia mista, empresas estatais ou sociedades empresariais que o Estado tem controle acionário e que compõem a Administração Indireta: presidentes, diretores, superintendentes;

Área privada, empresas geridas por uma pessoa ou um grupo particular sem interferência do Estado na gestão: presidentes, diretores, gerentes, superintendentes. Ao mundo privado também se inclui profissionais liberais que são donos da própria marca, como empreendedores, artistas e atletas que dependem de divulgação para ter visibilidade, fãs e clientes.

Os representantes dos cargos citados devem se expor diante da sociedade por meio da imprensa para dar satisfações sobre os rumos do negócio em situações positivas e negativas (de crise).

QUEM NÃO DEVE OCUPAR A POSIÇÃO DE PORTA-VOZ?

Assessores de imprensa, profissionais de Relações Públicas e Marketing não devem ocupar a função de porta-voz para substituir o representante da diretoria que não se sente à vontade para falar com jornalistas. Para isso existe o Media Training, ou seja, para prepara-los para esse contato a fim de transmitir credibilidade e segurança a quem tem acesso à entrevista.

É um equívoco achar que profissionais de Comunicação se expressam melhor e podem dar entrevistas no lugar dos integrantes do alto escalão. O presidente ou diretor que abre mão da oportunidade de ser porta-voz – especialmente numa situação de crise – pode mostrar medo, insegurança ou interesse em escapar do problema. A ausência do porta-voz numa entrevista pode provocar uma crise ainda maior.

PARA QUE SERVE O MEDIA TRAINING?

O Media Training é um treinamento especializado para orientar porta-vozes para o entendimento sobre:

como funciona uma redação: horários, prazos, processo de produção da notícia, cargos e funções dos jornalistas num veículo de imprensa, política editorial, características particulares de jornal impresso, revista, tv, rádio, portal de notícias e blog;

– perfil do jornalista: formação da carreira (do foca ao chefe), o que ele quer do entrevistado, tipo de relacionamento permitido entre porta-voz e jornalista;

a dinâmica da entrevista: gravada, ao vivo, no estúdio, na rua, no escritório, curta, longa, para compreender o assunto ou buscar somente as aspas;

– uso de equipamentos: gravador, celular, câmera fotográfica e de vídeo, microfones, teleprompter, ponto eletrônico;

a comunicação pessoal de quem dá entrevista, parte mais importante do treinamento que capacita entrevistados para o contato com a mídia.

POR QUE A COMUNICAÇÃO PESSOAL É O PONTO MAIS IMPORTANTE DO TREINAMENTO?

Sem entender como se comunicar, não adianta entregar mil regras para o porta-voz: ‘pode isso’, ‘não pode aquilo’, ‘não responda assim’, ‘cuidado com isso’. Isso limita a atuação de alguém que pode até se sentir constrangido com a situação e desejar não passar pela entrevista para evitar comportamento inadequado.

O maior erro de um Media Training é limitar a atuação do porta-voz, enquanto comunicador, por medo de que ele não tenha bom desempenho.

O Media Training deve, em primeiro lugar, dar condições para que o porta-voz se desenvolva como comunicador para que, então, possa compreender, praticar e lidar com outros aspectos da situação de entrevista.

QUEM DEVE APLICAR O MEDIA TRAINING?

O programa de Media Training não permite amadores ou profissionais que, por terem experiência em entrevistas, acreditam que podem conduzir o roteiro de um treinamento especializado. Não basta só entender como entrevistar, editar ou apresentar uma notícia. É fundamental que o treinador saiba como lidar com participantes que normalmente têm dificuldades para se expor e encaram a visibilidade como um fantasma. Só depois de um processo de autoconhecimento é possível assimilar dicas práticas para ter bom desempenho em entrevistas jornalísticas.

Outro requisito importante para o treinador de um Media Training é ser um estudioso sobre o assunto. Um treinamento desse porte não é indicado para freelancers ou profissionais que fazem um ‘bico’ oferecendo uma palestra sobre o dia a dia da imprensa. Um treinamento deve ter o compromisso com a transformação a partir de atividades planejadas para que o porta-voz vença seus limites e avance.

Palestra não treina, só informa, como dizem sabiamente os autores Harold Stolovitch e Erica Keeps, em Informar não é Treinamento, da editora Qualitymark.

QUAL A DURAÇÃO DE UM MEDIA TRAINING?

Tenho inúmeras histórias para contar sobre pedidos de orçamentos para Media Trainings que devem ter 2 ou 4 horas, porque os ‘executivos não têm tempo’. Sempre me admiro com esses desejos, por que:

– treino presidentes de empresas multinacionais que têm tempo para se dedicar para o seu próprio desenvolvimento. Quem realmente deseja resultados expressivos, investe tempo;

– em 2 ou 4 horas não é possível oferecer um treinamento de qualidade;

– as pessoas parecem desejar mágica e não um processo de trabalho sério e competente.

A esses pedidos eu sempre digo não para honrar com meu compromisso de oferecer condições para a transformação de pessoas que querem se desenvolver como comunicadores. A mim a recompensa chega em forma de resultados diferenciados alcançados pelos porta-vozes no mesmo dia do treinamento e também em depoimentos como esses:

DEPOIMENTOS:

O feedback foi dado de imediato, com pontuações objetivas, e que vieram carregadas de orientações para contribuir nos ajustes dos pontos de melhoria.

Letícia Sant’anna, coordenadora de projetos sociais da Águas de Jauru, Grupo Aegea Saneamento


Gostei muito desse treinamento que foi leve e direto ao ponto. Teve uma parte teórica muito objetiva e a prática intensa com feedback imediato. O que me chamou muito a atenção foi a atitude da Aurea, a treinadora. Eu observei que, tudo o que ela disse, ela veio praticando desde que ela entrou na sala até o final do curso, ou seja, ela pratica, efetivamente, o que ela ensina.

         Daniel Timich, diretor de indústria química.


Aurea foi minha coach e instrutora no curso de Media Training. Usando a metodologia coaching, através de sua profunda competência na disciplina, ela me possibilitou refletir e avaliar a respeito das oportunidades a serem desenvolvidas, acessar conhecimento teórico sobre media/comunicação e treinar/praticar as habilidades necessárias. Ótimas sessões de coaching, curso e aprendizado.

Mario Guernelli, executivo da área de finanças

Veja outros depoimentos de clientes que já passaram pelo Media Training.

O QUE NÃO PODE SER CONSIDERADO MEDIA TRAINING?

De acordo com a conveniência de cada um, denomina-se Media Training de um jeito, mas a experiência de 18 anos como treinadora me mostra alguns equívocos por parte de quem oferece e de quem contrata o treinamento:

– 2 ou 4 horas de ‘treinamento’ pode ser uma palestra ou workshop, mas não é Media Training, como deixei claro acima;

– bate papo com executivos não é Media Training. Treinamento tem que ter roteiro voltado ao desenvolvimento pessoal que vai refletir no profissional. Bate papo é algo sem compromisso de melhoria;

– palestra não é treinamento. A empresa pode até contratar uma palestra, mas sem a expectativa de que o conteúdo oferecido vai treinar o porta-voz. A palestra informa, oferece muitas orientações, mas o tempo curto não permite o treino prático, fundamental num programa de Media Training;

– conversa com repórter de tv: o jornalista que lida com o Media Training como um ‘bico’ não é um treinador. Claro que ele tem experiência como entrevistador, mas pode não ter a mesma habilidade como treinador de pessoas.

É importante saber o que se contrata para não desperdiçar tempo, dinheiro e a expectativa dos treinandos que buscam se desenvolver e, pra isso, precisam de apoio profissional.