As pessoas que reclamam estão em todos os lugares e talvez ainda não tenham se conscientizado desse comportamento negativo. Para alguns, a reclamação é um hábito que, de tão forte, passa a não ser mais percebido. E, muitas vezes, os reclamões não notam nem as consequências disso:

– os amigos se afastam;
– as oportunidades começam a rarear; e
– aumenta a chance de atração por outras situações negativas.

Isso aumenta o ciclo da reclamação e vem a confirmação: ‘está vendo como tudo dá sempre errado?’

As pessoas que reclamam, via de regra, têm autoestima baixa. Com a autoconfiança diminuída perdem o controle e o poder sobre as situações e, por não se reconhecerem boas o suficiente, tentam culpar o outro pelos resultados: é  o comportamento vitimizado. Elas deixam de ser protagonistas e lamentam o próprio insucesso, sem entender que o resultado depende de suas próprias ações. Em tempo: ações são resultado de pensamentos e sentimentos. Um exemplo: se alguém pensa que não é capaz de fazer algo com sucesso, se sente mal por isso e o resultado será uma ação negativa: não aceita o desafio (autossabotagem) ou aceita o desafio, mas não enxerga os pontos positivos disso.

A autoestima baixa também promove a comparação e dentro das organizações isso é muito forte. A competição que deveria incentivar o desenvolvimento pessoal e profissional de cada um é o combustível para enfraquecer mais quem não confia na sua própria capacidade. Reclamar é a manifestação de quem não está feliz consigo, porque não enxerga seus potenciais e conquistas.

Os prejuízos pessoais são:

– os amigos se afastam;
– as oportunidades começam a rarear;
– aumenta a chance de atração por situações negativas;
– a autoconfiança diminui cada vez mais e com isso a pessoa se enfraquece mais e mais.

A organização em que o reclamão trabalha também perde, porque é feita de pessoas. E como cada um de nós é uma pessoa só, na vida pessoal ou no trabalho, podemos carregar nossa insatisfação e nosso humor pra dentro do escritório. Bônus, cesta de benefícios ou prêmios não são suficientes para pessoas negativas. Nesta empresa ou na outra elas se manterão negativas, porque o problema nunca está fora da gente, a solução de cada desafio está dentro de nós.

Falas como ‘ainda bem que é sexta feira e o final de semana está chegando’ são indícios de que a insatisfação está rondando. Afinal, tudo é melhor do que passar a semana trabalhando (ironia). Quando não há a consciência sobre a missão de vida (por que estou aqui?), fatalmente há a reclamação, porque a pessoa não vê sentido em fazer o que faz e não se contenta com nada.

Como sair do circuito da reclamação

A reclamação alimenta a ‘rádio peão’ e dá outro sentido a qualquer informação positiva. De nada adianta a elaboração de estratégias internas ou externas se as pessoas não se sentem confiantes para realizar as ações. Por isso, a ação mais importante está relacionada ao protagonismo de cada colaborador que, para ser alcançado, passa pela percepção dos pontos positivos de cada um.

E as empresas podem colaborar com a mudança de hábito dos colaboradores. Além de ajudá-los a construir uma nova consciência sobre si mesmos, as corporações vão colher melhores resultados relacionados às finanças e ao clima organizacional.

Para melhorar o clima organizacional, a prática de virtudes é a ação que eu recomendo para organizações que desejam mudar o clima organizacional a partir do incentivo de uma postura mais otimista. Ser gentil, generoso, empático e grato, por exemplo, é o caminho para o reconhecimento de si mesmo, porque reforça o potencial de realização, traz o reforço da autoestima e da autoconfiança e, como consequência, produz autossatisfação que elimina a reclamação.

A saída é o autoconhecimento. Sem investir em si mesmo e se conhecer melhor, o ser humano age no ‘piloto automático’, por isso é necessário ACORDAR. O contrário de acordar é estar ANESTESIADO, não consciente, agindo sob o efeito manada, sem questionar, sem analisar, só sobrevivendo.

Ao se enxergar de verdade, qualquer pessoa pode mudar o cenário.