Pesquisa inédita do Instituto Avon em parceria com o blog Papo de Homem revela a disposição do brasileiro em discutir temas controversos. Um dos dados da investigação mostra que 6 em cada 10 pessoas conversa, com alguma frequência, com quem pensa diferente. E você? Está disposto e disponível para ouvir um ponto de vista diferente do seu ou prefere ter acesso somente a pessoas que pensam igual a você?

Os dados da pesquisa estão num livro intitulado DERRUBANDO MUROS E CONSTRUINDO PONTES, disponível aqui. O material também inclui um mini-documentário que mostra alguns dos pontos coletados:

A pesquisa também dá orientações e indica 9 práticas para usar em uma conversa com alguém que pensa diferente de você:

  1. Escute atentamente, sem interromper: o que nem de longe significa concordar com a opinião do outro. Escutar é um a habilidade essencial para bons diálogos. Treine, olhando nos olhos, sem mexer no celular ou fazer expressões de desdém. Caso seja interrompido em sua vez, peça com gentileza e firmeza para que o outro te aguarde finalizar seu ponto;
  1. Rebobine a fita: após escutar a outra pessoa, experimente dizer o que interpretou ter sido a fala dela e cheque se é isso mesmo o que ela quis expressar, antes de avançar com sua resposta. Assim evitamos assumir o que o outro quis dizer e eliminar ruídos desnecessários. Isso mostra que prestamos atenção e que há real interesse numa conversa de qualidade;
  1. Elogie seu opositor, quando fizer sentido: valorize os pontos nos quais concorda com a outra pessoa. Um território em comum, por menor que seja, enfraquece a noção de que são inimigos mortais. Mas evite elogios excessivos. Isso pode criar a impressão de que está tentando manipular a outra pessoa;
  1. Tente compreender e validar as necessidades centrais da outra pessoa: fazer perguntas é um ótimo jeito de fazer isso. Segue um exemplo prático: “Então você está tentando dizer que igualdade salarial entre homens e mulheres é o ponto central de nossa conversa para você?”;
  1. Antes de responder, respire: diálogos construtivos são mais como cerimônias de chá e menos como uma partida de tênis. É normal respirarmos de modo mais curto e tenso em conversas duras. Respirar oxigena seu corpo e oferece tempo para escolher suas palavras;
  1. Evite ironias, sarcasmo e linguagem corporal fechada: quanto mais fechado e agressivo você fica, mais a outra pessoa tende a acompanhar esse comportamento;
  1. Assuma responsabilidade por suas emoções: “eu me sinto assim quando você age de certa maneira” é bem melhor do que “você fez com que eu me sentisse assim”. Na primeira frase você assume que a emoção é sua. Na segunda, você culpa e acusa o outro;
  1. Não tenha vergonha de falar ‘não sei’, voltar atrás quando necessário e fazer perguntas bobas: quando temos coragem de nos colocar vulneráveis, a tendência da outra pessoa agir parecido é maior;
  1. A pausa sábia: caso o diálogo se torne agressivo demais ou pouco construtivo, considere seguir a conversa em outro momento. Assuma que não está bem, peça desculpas e diga que seria melhor dialogarem em outras condições. Sugira uma nova data, seja daqui uma hora ou daqui alguns dias.Não é uma receita, é um convite para o autoconhecimento. Quanto mais você se conhece, melhor poderá se comunicar. É um processo transformador disponível para todos, basta tomar a decisão.