Sabe aquele momento em que você está num evento, uma palestra por exemplo, e o apresentador aponta pra sua direção e pede a sua presença no palco? Pode acontecer também na sala de aula ou no meio de uma reunião na empresa.
Mesmo com o coração acelerado, as mãos trêmulas e suando muito eu atendi ao chamado e fui lá frente. O palestrante precisava de um voluntário, eu não me dispus a ajudar, mas fui chamada. O constrangimento era tão grande que não consegui falar NÃO, eu apenas me levantei e fui. Pra falar a verdade, nem sei como cheguei lá na frente, e quando vi estava de frente a uma plateia que não tirava os olhos de mim.
O que se passou ali eu nem me lembro bem, minha vista estava turva e a ansiedade era muito grande. Sei que ele me fez perguntas, eu respondi, mas não consegui perceber bem aqueles momentos por causa do medo. Eu só queria sumir dali!
É muito comum ouvir de gente que viveu experiências assim que o desejo era de que se abrisse um buraco no chão pra pessoa se esconder. Normalmente são pessoas que sofrem para falar em público. Você já viveu isso? Eu já, diversas vezes, e as piores lembranças são da época em que eu era tímida. É como se eu estivesse num beco sem saída. A cabeça processando mil pensamentos ao mesmo tempo, uma pressão absurda para fazer a coisa certa e o corpo refletindo os sintomas do medo, ansiedade e desespero pelo que estaria por vir.
A energia gasta numa situação como essa é muito grande, intensa e destrutiva.
Você até pode ouvir coisas como:
- ‘Vai lá, não tem nada demais’;
- Para de ser boba, isso não vai te arrancar um pedaço’ ou
- ‘Vai, vai, vai, vai’ (em coro sob o som de palmas)
O que é simples para uns, pode ser sofrimento para outros. Não dá pra medir as sensações de uma exposição forçada, entretanto dá pra sentir empatia por quem sente medo do julgamento. E não existe uma lista de técnicas para eliminar isso.
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Para alcançar a maturidade emocional exigida em situações de risco é preciso se conhecer, não basta só trabalhar a oratória. O trabalho interno promovido pelo autoconhecimento convida para um processo de desenvolvimento. Não há resultado mágico, mas um intenso caminho que permite lidar melhor com a vulnerabilidade, ganhar um acréscimo de autoestima e autoconfiança e apostar mais em si mesmo do que investir tempo na famosa questão sobre ‘o que os outros vão pensar?’
Se você vive a angústia da exposição, comece por:
1. Olhe pra você e perceba tudo o que tem de bom. Essa lista pode aumentar seu poder interno;
2. Considere as situações de comunicação como momentos para ajudar os outros, afinal a sua mensagem pode contribuir para o conhecimento de alguém;
3. Separe os fantasmas que a sua mente produz das evidências concretas. Por exemplo: quando a mente traz: ‘você está pagando um mico aí na frente’ devolva com: ‘estou prestando um serviço para as pessoas com o meu conteúdo’. Por meio do sabotador interno, a mente produz muita coisa que não é real; não acredite nisso e mantenha-se firme em busca do seu objetivo.
O processo de parar de sofrer para se expor pode levar algum tempo para mostrar resultados e pra isso acontecer é necessário que você se teste, ouse e pratique para medir a eficácia.
Que tal, está pronto para começar?
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