Media Training ou treinamento de mídia é um programa específico que orienta porta-vozes para o melhor relacionamento com a imprensa e o bom desempenho numa entrevista. Mídia ou media, em inglês, pode ser traduzido como ‘meios de comunicação’.

Tive a chance de explorar bastante o tema numa entrevista para o Jô Soares, há mais de 10 anos:

Desenhado sob medida para atender as necessidades de quem dá entrevistas, o Media Training é realmente um TREINAMENTO, e não pode ser confundido com palestra. Tem profissionais que vendem o Media Training como um bate-papo informal com executivos, apenas o repasse de vivência na área de reportagem ou ‘palestra + entrevistas’.

Todo programa de desenvolvimento pessoal que impacta no profissional deve ser encarado como um processo que oferece crescimento. Isso inclui objetivos, metodologia e medição de resultados. Entretanto, para que isso seja realmente consistente é importante desenhar o treinamento sob medida.

Como entender o que o cliente precisa

Media Training não é para qualquer um. Para ser efetivo, o porta-voz precisa querer ser submetido ao programa.

Por iniciativa da empresa, muitas vezes o executivo é convidado a participar, mas não percebe os benefícios para a vida pessoal e pra carreira. Muitos até acham que o Media Training só será útil no momento da entrevista. E esse é o grande pulo do gato. O treinamento orienta para a entrevista, mas é conhecimento para a vida toda em qualquer situação de comunicação. Conheça algumas histórias sobre os bastidores de entrevistas que reuni em Backstage, um dos meus livros sobre o tema.

Como a comunicação pessoal é a base, é necessário entender como o porta-voz se comunica. Por isso a minha primeira pergunta é: ‘como você se enxerga enquanto comunicador?’ Em muitos treinamentos, convido o participante a fazer um desenho para expressar o que realmente sente quando se comunica em público. Na imagem abaixo, o porta-voz identificou o ‘boneco’ maior como o repórter, que amedronta o entrevistado.
Por causa de nossa cultura educacional, o adulto normalmente desaprende a se manifestar a partir de desenhos. ‘Ah, desenho é coisa de criança!’ Entretanto, o exercício lúdico pode revelar o que está no íntimo e ajudar a avançar. A crença de que o jornalista amedronta ou ameaça pode impedir o entrevistado de ter bons resultados na hora da entrevista.

O roteiro inicial para um Media Training dar certo é baseado em reflexões. Por isso, a metodologia coaching oferece um grande acréscimo no apoio a profissionais que desejam se desenvolver enquanto porta-vozes. O desenho do treinamento, a partir do design instrucional, entrega uma experiência de aprendizagem relevante que se torna sólida e consistente, ou seja, é aprendizado real.

 

Técnicas não bastam

Não se trata somente de compartilhar técnicas para que o porta-voz tenha sucesso numa entrevista, porque:

Para ser um bom comunicador, tem que se desenvolver primeiro.

Se somente um roteiro programado sobre o que fazer e o que não fazer fosse suficiente para o porta-voz se dar bem numa entrevista, todos teriam um ótimo desempenho. Então, por que eles tropeçam?

Grande parte deles, eu diria uns 95%, têm medo de se expor. Não há uma pesquisa científica para provar; essa é a percepção que tenho tido nos últimos 20 anos desde que comecei a atuar como treinadora de Media Training.

E esse medo vem:

‘Aurea, estamos falando de um diretor; é claro que ele não tem autoconfiança baixa!’ Surpresa, a profissional da área de Comunicação de uma grande empresa reagiu assim à minha pergunta sobre o nível de autoconfiança do porta-voz. Quando fiquei frente a frente a ele, a confissão veio sem constrangimento: ‘eu passei a vida toda tentando disfarçar, mas sofro toda vez que preciso dar uma entrevista’. Bingo! É claro que a angústia de se sentir insuficiente atrapalha o desempenho. Por isso o treinamento não pode ser somente técnico. Tentar formatá-lo de acordo com ‘regras de uma entrevista’ pode até reverter o resultado. De angustiado, ele se torna mais temeroso ainda.

O caminho da virada

Um treinamento é um caminho percorrido pelo facilitador e o aprendiz de mãos dadas. O acompanhamento contínuo é fundamental para os resultados positivos. E não pode ter surpresas desagradáveis! Já recebi muitos pedidos de orçamento que solicitavam a realização de entrevistas no início do treinamento com perguntas ríspidas e até bateção de panelas no meio da conversa (inacreditável) para atrapalhar o porta-voz. O objetivo de ajudar vira um cenário de terror em que o porta-voz se afasta ainda mais da missão de informar.

Constrangimento e pressão não funcionam num treinamento voltado ao desenvolvimento de competências que envolvem empatia, escuta ativa e julgamento zero. Transferência de conhecimento requer cuidado, respeito e empatia.

É uma experiência de aprendizagem

A partir de ferramentas, jogos, vídeos e podcasts, as pílulas de conteúdo vão sendo compartilhadas periodicamente para que o aprendiz possa assimilar naturalmente ao mesmo tempo em que quebra crenças pessoais, como:

ou relacionadas ao mundo do jornalismo*:

Se as crenças não forem ressignificadas, as orientações técnicas podem não ter efeito e o investimento será perdido, por isso o Media Training é um programa técnico-comportamental. Eu falei bastante sobre isso no podcast Guia de Sobrevivência, um guia de Comunicação Pública, da jornalista @alinecastrocomunica, que você pode ouvir aqui:

Portanto, antes de contratar um Media Training, analise:

  1. o grau de conhecimento prático, técnico e comportamental do instrutor;
  2. o conteúdo do programa;
  3. a metodologia aplicada;
  4. o formato do treinamento;
  5. a carga horária;
  6. os benefícios da entrega e
  7. o nível de satisfação dos clientes já atendidos.

Tirou todas as suas dúvidas sobre o que é um Media Training? Se eu puder ajudar em algo mais, é só me chamar em contato@aureareginadesa.com.br

* já ouvi muitas dessas e outras crenças que ganham outro significado durante o Media Training.