“O jornalista só quer me prejudicar!” Essa frase é mais comum do que parece. Durante os media trainings que ofereço para porta-vozes, executivos e CEOs, muitos participantes chegam com essa crença. Mas essa percepção costuma mudar rapidamente quando compreendem como funciona a rotina da redação e, principalmente, quando desenvolvem maior autoconsciência durante o treinamento para porta-vozes.
O Que Leva o Porta-Voz a Acreditar que o Jornalista é um Inimigo?
A experiência mostra que conhecer apenas o perfil do jornalista e a dinâmica de uma redação não é suficiente. Sem trabalhar a segurança emocional e o autocontrole, muitos porta-vozes ainda alimentam crenças limitantes, como a ideia de que “o jornalista está armado com um microfone e quer me pegar”.
Esses pensamentos surgem, na maioria das vezes, por medo e ansiedade. No entanto, perguntas como estas ajudam a dissipar essa insegurança:
- Quais as evidências de que o jornalista vai me prejudicar?
- Quais as reais chances de isso acontecer?
Essas reflexões ajudam o porta-voz a substituir cenários catastróficos por uma postura mais racional e assertiva.
Como Eliminar o Medo e Focar no que é Real?
Para se destacar em uma entrevista e aproveitar bem o espaço oferecido pela mídia, concentre-se no que realmente importa:
✅ Preparação ✅ Autoconfiança ✅ Controle emocional
Criar cenários de terror na mente só atrapalha e não contribui para um bom desempenho diante da imprensa.
Agora, vamos esclarecer alguns pontos fundamentais para que você saiba como funciona a abordagem jornalística:
1. O Microfone é Apenas um Equipamento, Não uma Arma
- O microfone existe para captar o som da entrevista, seja para TV ou rádio. No caso de entrevistas para jornal, revista ou blog, é comum que o repórter utilize um celular para gravar a conversa e garantir que nenhuma informação importante se perca.
- Durante uma coletiva de imprensa, é possível que o microfone encoste acidentalmente no entrevistado, especialmente em situações agitadas com vários profissionais disputando espaço. Isso não é agressão, mas apenas parte da dinâmica do trabalho jornalístico.
2. Repórteres Não Estão ‘Caçando’ Você
- Jornalistas profissionais estão comprometidos com a verdade dos fatos e têm interesse genuíno em obter boas informações para reportar ao público. A ideia de que o jornalista tem sempre uma intenção negativa é infundada e pode gerar atitudes defensivas que comprometem sua performance na entrevista.
3. “Culpa no Cartório”? Redobre a Atenção
- Se você estiver envolvido em uma polêmica ou em um caso delicado, é possível que o repórter adote uma postura mais incisiva. Embora isso seja parte do trabalho investigativo, manter a calma e se concentrar em apresentar fatos e informações claras é sempre a melhor estratégia.
- Em situações como essa, pode acontecer de o jornalista gravar a conversa sem aviso prévio. Evite declarações impulsivas e só compartilhe informações que possam ser divulgadas sem risco para sua reputação.
4. Gravações ‘Escondidas’ São Raras, Mas Possíveis
- Embora não seja uma prática ética, alguns profissionais podem usar equipamentos disfarçados, como canetas, relógios ou botons com microfones ocultos. Por isso, durante qualquer conversa com jornalistas, mantenha uma postura profissional e evite comentários imprudentes.
O Papel do Media Training na Preparação do Porta-Voz
O media training é essencial para preparar porta-vozes, executivos e CEOs a conduzir entrevistas com segurança e profissionalismo. Essa preparação inclui:
✅ Técnicas para controlar a ansiedade e fortalecer a autoconfiança
✅ Estratégias para responder perguntas difíceis com clareza e objetividade
✅ Exercícios práticos de entrevista para treinar postura, tom de voz e expressões faciais
✅ Dicas para organizar mensagens-chave e evitar ruídos na comunicação
Conclusão
O jornalista não é seu inimigo — ele é um profissional que busca informações relevantes para seu público. Ao se preparar de forma adequada e investir em um treinamento para porta-vozes, você estará pronto para transformar cada entrevista em uma oportunidade de fortalecer sua imagem e a reputação da organização que representa.
A melhor forma de proteger sua credibilidade é se preparar para comunicar com clareza e confiança. Invista no seu preparo e transforme suas entrevistas em resultados positivos para você e sua empresa.
