Palavras mal ditas podem ser ‘malditas’: saiba evitar isso

Em entrevistas com a imprensa, a postura de “bateu, levou” pode se transformar em um verdadeiro desastre para a imagem de um executivo, CEO ou diretor. Uma resposta agressiva ou impulsiva pode prejudicar não apenas a reputação pessoal, mas também a imagem da empresa que esse profissional representa.

No universo corporativo, onde a comunicação executiva deve ser precisa e estrategicamente conduzida, perder o controle diante de uma pergunta provocativa pode gerar danos irreparáveis. Por isso, o media training é essencial para preparar porta-vozes a responder com firmeza, mas sem agressividade.

O Risco da Postura “Bateu, Levou”

Imagine a seguinte cena: durante uma entrevista jornalística, um executivo é questionado de forma capciosa sobre uma decisão polêmica de sua empresa. Ao se sentir atacado, ele reage impulsivamente com uma resposta atravessada ou irônica. Resultado? Em poucos segundos, a credibilidade conquistada ao longo de anos pode desmoronar.

Essa postura “bateu, levou” revela descontrole emocional e fragilidade na condução da entrevista. E para piorar, as palavras ditas em um momento de tensão podem ser amplamente divulgadas pela imprensa ou viralizadas nas redes sociais.

Como Evitar Reações Agressivas em Entrevistas

Executivos que passam por um bom treinamento de mídia aprendem a lidar com situações desafiadoras, especialmente quando enfrentam perguntas provocativas ou capciosas. Veja algumas estratégias fundamentais para evitar a postura “bateu, levou”:

  1. Controle a Emoção
    • Em momentos de pressão, mantenha a calma. Respire fundo e adote uma postura firme, mas serena. O controle emocional é uma habilidade que pode ser desenvolvida e que faz toda a diferença na hora de se comunicar com a imprensa.
  2. Escute Antes de Reagir
    • Mesmo que a pergunta seja provocativa ou agressiva, ouça com atenção até o fim. Muitas vezes, o repórter pode usar uma abordagem incisiva apenas para testar sua reatividade. Demonstrar calma e educação desarma situações conflituosas.
  3. Reformule Perguntas Capciosas
    • Se você perceber que a pergunta foi maliciosamente direcionada para te colocar em uma posição desconfortável, reformule-a. Por exemplo:

Pergunta capciosa: “Você não acha que sua empresa foi irresponsável ao demitir funcionários em massa?”

Resposta assertiva: “Nossa decisão foi baseada em uma estratégia para garantir a sustentabilidade do negócio e proteger os demais colaboradores.”

  1. Evite Respostas Sarcásticas ou Agressivas
    • Durante um treinamento de mídia, porta-vozes aprendem a substituir reações impulsivas por respostas racionais e diplomáticas. Isso é essencial para proteger a reputação do porta-voz e da organização.
  2. Prepare-se para Perguntas Difíceis
    • O media training ensina como antecipar perguntas desafiadoras e preparar respostas seguras e bem estruturadas. Essa prática reduz significativamente o risco de reações impulsivas e melhora a segurança do porta-voz.

A Lição do Maestro Benjamin Zander

Para ilustrar como palavras impensadas podem ter consequências graves, trago uma história contada pelo maestro Benjamin Zander. Ele relata a experiência de dois irmãos que estavam a caminho do campo de concentração de Auschwitz durante a Segunda Guerra Mundial. Em um momento de nervosismo, a irmã mais velha gritou com o irmão menor porque ele havia perdido seus sapatos. Essas foram as últimas palavras dela para ele, que morreu logo depois. Sobrevivente do holocausto, a menina decidiu que nunca mais diria algo que pudesse se tornar a última coisa que dissesse a uma pessoa.

Essa história traz uma lição valiosa para qualquer profissional que ocupa um cargo de liderança. Palavras ditas sob pressão podem marcar sua imagem de forma irreversível. No contexto empresarial, cada entrevista é uma oportunidade única de transmitir credibilidade e liderar com respeito.

Conclusão

Executivos que se preparam com um programa de media training focado no comportamental e não só na técnica aprendem a lidar com momentos de tensão com profissionalismo e segurança. Evitar a postura “bateu, levou” é fundamental para preservar sua reputação e proteger a imagem da organização que representa.

Se você é um executivo, diretor ou porta-voz, lembre-se: entrevistas desafiadoras podem ser uma oportunidade poderosa para mostrar controle emocional, inteligência comunicativa e fortalecer sua imagem como líder.

Não basta apenas dominar seu conteúdo; saber conduzir a entrevista com tranquilidade e assertividade é essencial para evitar que uma fala mal dita se torne “maldita”.

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